Terras Raras - Minerais

Terras Raras: O Que São, Para Que Servem e Produção Global

Internacional

O que são terras raras?

As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos da tabela periódica, amplamente utilizados em tecnologias modernas, como smartphones, carros elétricos, turbinas eólicas e até equipamentos médicos.

Apesar do nome, esses elementos não são exatamente escassos. O que os torna “raros” é o fato de estarem dispersos na natureza, dificultando a extração em grandes quantidades concentradas.

Eles se dividem em dois grupos principais:

  • Terras raras leves: como lantânio, cério, neodímio e praseodímio;

  • Terras raras pesadas: como térbio, disprósio e itérbio — geralmente mais valiosas.

À medida que o mundo acelera a transição energética e tecnológica, a relevância desses elementos só aumenta.

Para que servem as terras raras?

Os usos das terras raras são muitos, e cada vez mais estratégicos. Veja onde esses elementos aparecem no nosso dia a dia e na indústria:

  • Tecnologia: ímãs potentes usados em alto-falantes, discos rígidos e câmeras;

  • Energia limpa: turbinas eólicas dependem de neodímio e disprósio;

  • Mobilidade elétrica: motores de veículos elétricos utilizam diversos desses elementos;

  • Defesa: sistemas de mísseis, radares e comunicação militar;

  • Medicina: equipamentos como ressonância magnética e raio-x.

Portanto, é fácil entender por que as terras raras se tornaram um recurso crítico — e alvo de disputas globais.

Quem lidera a produção mundial de terras raras?

A produção global de terras raras continua altamente concentrada, com a China mantendo sua posição dominante. No entanto, outros países estão aumentando seus esforços para diversificar a oferta global.

Observações:

  • A China continua a liderar tanto na mineração quanto no processamento de terras raras, controlando cerca de 90% da capacidade global de refino.

  • Os Estados Unidos mantêm a segunda posição, com esforços contínuos para expandir a produção doméstica e reduzir a dependência externa.

  • O Brasil, embora ainda com produção modesta, possui reservas significativas estimadas em 21 milhões de toneladas métricas, o que representa cerca de 6% das reservas globais. Isso destaca o potencial do país para crescer no setor nos próximos anos.

Qual país tem maior potencial em terras raras?

Embora a China continue como líder absoluta, o Brasil é considerado um dos países com maior potencial de crescimento na exploração de terras raras. Isso se deve à combinação de fatores como:

  • Reservas ricas em terras raras pesadas;

  • Projetos estratégicos em andamento, como o Serra Verde, em Minas Gerais;

  • Ambiente geológico favorável, com ocorrências em estados como Goiás, Amazonas, Bahia e Pará.

Adicionalmente, o país tem chamado atenção de investidores internacionais, principalmente por sua estabilidade geopolítica relativa e sua capacidade de desenvolver mineração sustentável, algo cada vez mais exigido globalmente.

O desafio da cadeia de produção

Produzir terras raras não se resume à mineração. O principal gargalo está na etapa de refino e separação dos elementos, que envolve processos químicos complexos, caros e com alto impacto ambiental.

Atualmente, a China domina não só a extração, mas também o refino global, controlando a maior parte das plantas industriais necessárias para transformar o minério bruto em material utilizável.

Por exemplo, mesmo os Estados Unidos, que operam a mina Mountain Pass, ainda enviam parte do material para processamento externo, reforçando a dependência do sistema chinês.

Além disso, diversos fatores complicam essa cadeia:

  • Impactos ambientais: resíduos tóxicos e radioativos exigem controle rigoroso;

  • Custo de infraestrutura: o investimento para construir plantas de separação é altíssimo;

  • Tempo de maturação: novos projetos podem levar até 10 anos para operar plenamente.

Diante disso, países como EUA, Austrália, Japão e membros da União Europeia estão acelerando seus planos de investimento em:

  • Refino local;

  • Acordos bilaterais para fornecimento;

  • Pesquisa em tecnologias limpas e de reciclagem.

Em outras palavras, dominar a cadeia completa — da mineração ao refino — é hoje um diferencial geopolítico. E o Brasil, com reservas promissoras, tem a chance de entrar nessa disputa.

Perspectivas para o futuro

A demanda por terras raras deve aumentar drasticamente nas próximas décadas. De acordo com a International Energy Agency (IEA), a procura por elementos como neodímio e disprósio pode triplicar até 2040.

Entre os principais impulsionadores estão:

  • Crescimento do mercado de carros elétricos;

  • Expansão das energias renováveis;

  • Aumento da demanda por tecnologia de ponta e dispositivos inteligentes.

Por isso, governos e empresas estão se antecipando. A tendência é clara: quem dominar a cadeia das terras raras terá enorme vantagem estratégica e econômica.

Considerações finais

As terras raras são os “minerais do futuro”. Mais do que insumos industriais, são ativos estratégicos que definem a competitividade tecnológica de países inteiros.

A China segue na liderança global, mas o cenário está mudando. Países como Brasil, Austrália, Canadá e EUA buscam alternativas sustentáveis e autônomas para garantir acesso seguro a esses elementos.

Portanto, acompanhar essa movimentação é essencial para entender não apenas o futuro da mineração, mas também o futuro da inovação global.


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