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O dólar americano (USD) é, há décadas, a moeda mais dominante do mundo. Ele é a principal reserva cambial, a base para o comércio internacional e o referencial para commodities como petróleo e ouro. Apesar disso, sua dominância começa a ser questionada por diversos fatores globais.
Neste artigo, você entenderá por que o dólar ainda reina no sistema financeiro global e quais riscos podem abalar sua hegemonia nos próximos anos.
Por que o dólar ainda é a moeda dominante no mundo
1. Confiança na economia dos Estados Unidos
A principal razão para a dominância do dólar é a confiança internacional na economia americana. Os EUA possuem:
O maior PIB nominal do mundo,
Um sistema financeiro estável e desenvolvido,
E instituições fortes e previsíveis.
Por conta disso, investidores e governos confiam no dólar como uma reserva de valor segura.
2. Reserva cambial global
Segundo o FMI, cerca de 58% das reservas internacionais dos bancos centrais estão denominadas em dólares (dados de 2024). Ou seja, a dependência global da moeda americana ainda é expressiva.
3. Petrodólares e comércio internacional
O comércio global de petróleo é majoritariamente feito em dólares. Isso significa que, para importar petróleo, países precisam manter grandes volumes da moeda americana. Consequentemente, há uma demanda constante por dólares.
Além disso, boa parte dos contratos de comércio internacional, especialmente entre países em desenvolvimento, ainda é fechada em dólar. Portanto, sua influência vai além dos Estados Unidos.
4. Profundidade e liquidez do mercado financeiro dos EUA
Outro ponto relevante é que o mercado de títulos do Tesouro americano é o mais líquido e seguro do mundo. Em outras palavras, governos e grandes investidores podem comprar e vender dólares com facilidade.
Diferentemente de outras moedas, como o yuan ou o real, o dólar oferece alta confiança e previsibilidade no momento de liquidação de transações.
Riscos à dominância do dólar
Apesar da força atual, o dólar enfrenta ameaças reais e crescentes. A seguir, veja os principais riscos:
1. Desdolarização e ascensão de blocos alternativos
Países como China, Rússia e Irã vêm promovendo uma estratégia de desdolarização. Ou seja, estão reduzindo o uso do dólar em suas trocas comerciais.
Por exemplo, em 2023, China e Brasil fecharam acordos para negociar diretamente em yuan e real, sem passar pelo dólar.
Além disso, o grupo BRICS analisa a criação de uma moeda comum, o que poderia reduzir ainda mais a dependência do dólar no futuro.
2. Dívida pública e instabilidade fiscal dos EUA
Outro risco relevante é o crescimento acelerado da dívida pública americana. Em 2024, ela ultrapassou US$ 34 trilhões. Como resultado, surgem dúvidas sobre a sustentabilidade fiscal dos EUA no longo prazo.
Se esse cenário persistir, a confiança internacional no dólar pode começar a enfraquecer.
3. Sanções unilaterais e reação internacional
O uso do dólar como ferramenta de política externa também gera tensões. Os Estados Unidos aplicam sanções unilaterais por meio do sistema financeiro global. No entanto, essa prática tem provocado reações.
Como resposta, países afetados buscam alternativas ao dólar para proteger suas economias e transações.
4. Avanço de moedas digitais soberanas (CBDCs)
Com o avanço de moedas digitais emitidas por bancos centrais, como o yuan digital, o uso de moedas alternativas para pagamentos internacionais tende a se popularizar.
Com isso, será possível realizar transações rápidas e seguras sem depender do dólar. Portanto, as CBDCs representam um desafio estrutural à supremacia da moeda americana.
O que ainda sustenta o dólar — e até quando?
Apesar dos riscos mencionados, nenhuma outra moeda conseguiu, até agora, reunir as condições necessárias para substituir o dólar.
O yuan, por exemplo, ainda sofre com controles rígidos de capital e desconfiança internacional.
O euro enfrenta problemas internos, como instabilidade política em alguns países da zona do euro.
As criptomoedas, embora promissoras, ainda são muito voláteis.
A moeda do BRICS, por sua vez, ainda está em fase de discussão e não é certo que vingará.
Portanto, mesmo com ameaças no horizonte, o dólar ainda deve se manter como a principal moeda global nos próximos anos.
Considerações finais
O dólar continua dominante porque oferece confiança, estabilidade e liquidez como nenhuma outra moeda. Contudo, a hegemonia absoluta que marcou o século XX já começa a dar sinais de desgaste.
Se os Estados Unidos não resolverem seus desequilíbrios fiscais , e se alternativas como o yuan digital e a moeda do BRICS ganharem força, a tendência é que o mundo avance para uma ordem monetária mais multipolar .
Em resumo, o domínio do dólar persiste — mas já não é mais incontestável.
FAQ – Perguntas Frequentes
Por que o dólar é usado no comércio internacional?
Porque ele oferece estabilidade, liquidez e é aceito globalmente. A maioria dos contratos internacionais, incluindo o petróleo, são cotados em dólar.
Quais países estão se afastando do dólar?
China, Rússia, Irã, Índia, Brasil e outros membros do BRICS vêm buscando formas de reduzir a dependência do dólar.
A moeda do BRICS pode substituir o dólar?
Ainda é cedo para afirmar. A criação de uma moeda única enfrenta desafios técnicos e políticos, mas representa uma tentativa real de mudança no sistema atual.
O dólar pode perder sua posição dominante?
Sim, embora isso deva ocorrer de forma gradual. O cenário futuro aponta para uma diversificação monetária.
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