Disputa por Assento Permanente na ONU

Disputa por Assento Permanente na ONU

Internacional

Foto de Davi Mendes na Unsplash

A Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada em 1945 com o objetivo de promover a paz, a segurança e a cooperação internacional. Um de seus órgãos mais poderosos é o Conselho de Segurança, que conta com cinco membros permanentes: Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França. Esses países têm o chamado direito de veto, ou seja, podem barrar qualquer decisão significativa.

Entretanto, em um mundo cada vez mais multipolar, muitos países questionam se essa composição ainda reflete o equilíbrio atual de poder. Por isso, diversas nações têm manifestado o desejo de se tornarem membros permanentes do Conselho.

Neste artigo, você vai entender quais países estão nessa disputa, por que fazem essa reivindicação e quais obstáculos dificultam essa transformação.

Por que existe pressão por uma reforma na ONU?

O modelo atual do Conselho de Segurança foi desenhado logo após a Segunda Guerra Mundial. Portanto, reflete o cenário geopolítico de mais de 75 anos atrás. Desde então, o mundo passou por mudanças profundas:

  • Novas potências emergiram em diferentes continentes.

  • O número de países-membros da ONU aumentou de 51 para 193.

  • Regiões inteiras, como a África e a América Latina, continuam sem representação permanente.

Como resultado, a pressão por uma reforma no Conselho cresceu significativamente. Essa reforma é vista como necessária para tornar a ONU mais democrática, representativa e eficaz diante dos desafios globais atuais.

Quais países querem ser membros permanentes da ONU?

Diversos países se posicionaram oficialmente ou fazem parte de coalizões que defendem a expansão do Conselho. Os principais candidatos são:

Brasil

O Brasil é um dos líderes dessa proposta. Afinal, é a maior economia da América Latina, participa ativamente de missões de paz e já ocupou diversas vezes assentos temporários no Conselho.

Alemanha

A Alemanha defende que, como maior economia da Europa, merece assento permanente. Além disso, argumenta que a Europa não deve ser representada apenas pelo Reino Unido e pela França.

Índia

Com mais de 1,4 bilhão de habitantes e arsenal nuclear, a Índia afirma que sua ausência compromete a legitimidade do Conselho. Ademais, tem papel estratégico na política internacional.

Japão

O Japão é um dos maiores contribuintes financeiros da ONU. Por isso, acredita que deve ter maior influência política, refletindo seu peso econômico global.

Esses quatro países compõem o grupo conhecido como G4, que defende a ampliação do Conselho com novos membros permanentes, inclusive com poder de veto.

Outros países que reivindicam assento permanente

Além do G4, outros países e blocos regionais também pressionam por mudanças na estrutura do Conselho:

  • União Africana: Propõe dois assentos permanentes para o continente. Países como África do Sul, Nigéria e Egito aparecem como os principais candidatos.

  • México e Argentina: Ambos defendem maior representatividade da América Latina no Conselho.

  • Países Árabes: Acreditam que, apesar de sua importância geopolítica, continuam sub-representados.

Consequentemente, a lista de reivindicações reflete a diversidade de interesses e a complexidade da reforma.

Quais são os desafios para essa mudança acontecer?

Modificar a estrutura do Conselho de Segurança não é simples. Na verdade, trata-se de um processo altamente complexo e político. Para que a mudança ocorra, é necessário:

  1. Aprovação por dois terços da Assembleia Geral da ONU.

  2. Ratificação por todos os cinco membros permanentes atuais.

Ou seja, qualquer um dos cinco pode vetar a entrada de novos membros. Isso gera um bloqueio estrutural para a reforma, mesmo quando há consenso entre os demais países.

Além disso, existem divergências entre nações em desenvolvimento sobre quem deveria ocupar os novos assentos, o que dificulta ainda mais o avanço.

O futuro do Conselho de Segurança

Embora o processo seja difícil, o debate sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU continua a ganhar força. Muitos especialistas consideram que, mais cedo ou mais tarde, será preciso modernizar essa estrutura. Afinal, o mundo mudou, e a ONU precisa acompanhar essa transformação.

Ainda assim, o ritmo dessa mudança depende da vontade política dos atuais membros permanentes. Enquanto isso não acontece, a representatividade segue limitada.

Considerações finais

A ampliação do Conselho de Segurança da ONU é um dos temas mais relevantes da diplomacia contemporânea. Países como Brasil, Índia, Alemanha e Japão buscam um lugar permanente para refletir o novo equilíbrio global. No entanto, apesar da legitimidade das demandas, a resistência dos membros permanentes e a complexidade do processo tornam essa transformação um desafio de longo prazo.


FAQ – Perguntas frequentes

Quem são os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU?
Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França.

Por que o Brasil quer ser membro permanente?
Porque é a maior economia da América Latina, atua em missões de paz e busca maior influência global.

Quantos votos são necessários para mudar o Conselho de Segurança?
É necessário o apoio de dois terços da Assembleia Geral e a ratificação dos cinco membros permanentes atuais.

O que é o G4 da ONU?
É o grupo formado por Brasil, Alemanha, Índia e Japão, que defende a reforma e expansão do Conselho de Segurança.


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