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A Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada em 1945 com o objetivo de promover a paz, a segurança e a cooperação internacional. Um de seus órgãos mais poderosos é o Conselho de Segurança, que conta com cinco membros permanentes: Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França. Esses países têm o chamado direito de veto, ou seja, podem barrar qualquer decisão significativa.
Entretanto, em um mundo cada vez mais multipolar, muitos países questionam se essa composição ainda reflete o equilíbrio atual de poder. Por isso, diversas nações têm manifestado o desejo de se tornarem membros permanentes do Conselho.
Neste artigo, você vai entender quais países estão nessa disputa, por que fazem essa reivindicação e quais obstáculos dificultam essa transformação.
Por que existe pressão por uma reforma na ONU?
O modelo atual do Conselho de Segurança foi desenhado logo após a Segunda Guerra Mundial. Portanto, reflete o cenário geopolítico de mais de 75 anos atrás. Desde então, o mundo passou por mudanças profundas:
Novas potências emergiram em diferentes continentes.
O número de países-membros da ONU aumentou de 51 para 193.
Regiões inteiras, como a África e a América Latina, continuam sem representação permanente.
Como resultado, a pressão por uma reforma no Conselho cresceu significativamente. Essa reforma é vista como necessária para tornar a ONU mais democrática, representativa e eficaz diante dos desafios globais atuais.
Quais países querem ser membros permanentes da ONU?
Diversos países se posicionaram oficialmente ou fazem parte de coalizões que defendem a expansão do Conselho. Os principais candidatos são:
Brasil
O Brasil é um dos líderes dessa proposta. Afinal, é a maior economia da América Latina, participa ativamente de missões de paz e já ocupou diversas vezes assentos temporários no Conselho.
Alemanha
A Alemanha defende que, como maior economia da Europa, merece assento permanente. Além disso, argumenta que a Europa não deve ser representada apenas pelo Reino Unido e pela França.
Índia
Com mais de 1,4 bilhão de habitantes e arsenal nuclear, a Índia afirma que sua ausência compromete a legitimidade do Conselho. Ademais, tem papel estratégico na política internacional.
Japão
O Japão é um dos maiores contribuintes financeiros da ONU. Por isso, acredita que deve ter maior influência política, refletindo seu peso econômico global.
Esses quatro países compõem o grupo conhecido como G4, que defende a ampliação do Conselho com novos membros permanentes, inclusive com poder de veto.
Outros países que reivindicam assento permanente
Além do G4, outros países e blocos regionais também pressionam por mudanças na estrutura do Conselho:
União Africana: Propõe dois assentos permanentes para o continente. Países como África do Sul, Nigéria e Egito aparecem como os principais candidatos.
México e Argentina: Ambos defendem maior representatividade da América Latina no Conselho.
Países Árabes: Acreditam que, apesar de sua importância geopolítica, continuam sub-representados.
Consequentemente, a lista de reivindicações reflete a diversidade de interesses e a complexidade da reforma.
Quais são os desafios para essa mudança acontecer?
Modificar a estrutura do Conselho de Segurança não é simples. Na verdade, trata-se de um processo altamente complexo e político. Para que a mudança ocorra, é necessário:
Aprovação por dois terços da Assembleia Geral da ONU.
Ratificação por todos os cinco membros permanentes atuais.
Ou seja, qualquer um dos cinco pode vetar a entrada de novos membros. Isso gera um bloqueio estrutural para a reforma, mesmo quando há consenso entre os demais países.
Além disso, existem divergências entre nações em desenvolvimento sobre quem deveria ocupar os novos assentos, o que dificulta ainda mais o avanço.
O futuro do Conselho de Segurança
Embora o processo seja difícil, o debate sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU continua a ganhar força. Muitos especialistas consideram que, mais cedo ou mais tarde, será preciso modernizar essa estrutura. Afinal, o mundo mudou, e a ONU precisa acompanhar essa transformação.
Ainda assim, o ritmo dessa mudança depende da vontade política dos atuais membros permanentes. Enquanto isso não acontece, a representatividade segue limitada.
Considerações finais
A ampliação do Conselho de Segurança da ONU é um dos temas mais relevantes da diplomacia contemporânea. Países como Brasil, Índia, Alemanha e Japão buscam um lugar permanente para refletir o novo equilíbrio global. No entanto, apesar da legitimidade das demandas, a resistência dos membros permanentes e a complexidade do processo tornam essa transformação um desafio de longo prazo.
FAQ – Perguntas frequentes
Quem são os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU?
Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França.
Por que o Brasil quer ser membro permanente?
Porque é a maior economia da América Latina, atua em missões de paz e busca maior influência global.
Quantos votos são necessários para mudar o Conselho de Segurança?
É necessário o apoio de dois terços da Assembleia Geral e a ratificação dos cinco membros permanentes atuais.
O que é o G4 da ONU?
É o grupo formado por Brasil, Alemanha, Índia e Japão, que defende a reforma e expansão do Conselho de Segurança.
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