O que é o Acordo de Paris?
O Acordo de Paris é um tratado internacional sobre mudanças climáticas, adotado em 12 de dezembro de 2015, durante a 21ª Conferência das Partes (COP21) da ONU. Ele entrou em vigor em 4 de novembro de 2016 e conta com a adesão de quase todos os países do mundo, inclusive o Brasil.
Em resumo, o principal objetivo do acordo é limitar o aquecimento global a bem menos de 2 °C, com esforços adicionais para restringi-lo a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais. Para isso, os países signatários se comprometeram a reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), como o dióxido de carbono (CO₂), e a adotar políticas de adaptação às mudanças climáticas.
Objetivos principais do Acordo de Paris
O tratado define metas ambiciosas, porém flexíveis. Cada país colabora conforme suas possibilidades. A seguir, estão os principais objetivos:
1. Limitar o aquecimento global
O primeiro objetivo é claro: conter o aumento da temperatura média do planeta bem abaixo de 2 °C. Além disso, os países devem se esforçar para manter o aquecimento em até 1,5 °C, evitando assim os piores impactos ambientais.
2. Neutralidade de carbono
Outro ponto importante é alcançar a neutralidade de carbono na segunda metade do século. Isso significa equilibrar o que é emitido com o que é absorvido, seja por florestas, oceanos ou tecnologias de captura de carbono.
3. Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs)
Os países devem apresentar planos chamados de NDCs, que descrevem suas metas de redução de emissões e ações de adaptação. Esses planos são atualizados a cada cinco anos, o que incentiva uma revisão constante das estratégias climáticas.
4. Financiamento climático
Além dos compromissos ambientais, o Acordo de Paris estabelece que os países desenvolvidos devem mobilizar, até 2025, pelo menos US$ 100 bilhões por ano. Esse montante será destinado a apoiar os países em desenvolvimento na mitigação e adaptação climática.
Por que o Acordo de Paris é importante?
A relevância do Acordo de Paris vai além do aspecto ambiental. Ele representa um marco na cooperação internacional e traz benefícios múltiplos:
1. Mitigação das mudanças climáticas
Pela primeira vez, quase todos os países assumiram compromissos concretos para reduzir suas emissões. Isso representa um avanço significativo em relação ao Protocolo de Kyoto, que limitava as obrigações aos países desenvolvidos.
2. Incentivo à economia verde
Além disso, o acordo estimula a inovação em setores como energia limpa, transporte sustentável e agricultura de baixo carbono. Como resultado, abre caminho para novos modelos de desenvolvimento econômico.
3. Aumento da resiliência
O Acordo reconhece que os impactos climáticos já são reais. Portanto, também incentiva ações de adaptação para proteger comunidades vulneráveis, melhorando a infraestrutura e a gestão de riscos climáticos.
4. Justiça climática
O tratado leva em conta que os países têm responsabilidades diferentes. Ou seja, os mais ricos, que mais poluíram ao longo da história, devem liderar o esforço global, ao mesmo tempo em que apoiam os países mais pobres.
A posição do Brasil no Acordo de Paris
O Brasil é signatário e apresentou metas específicas. Entre os compromissos estão:
Reduzir em 50% as emissões até 2030, com base nos níveis de 2005.
Alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
Restaurar 12 milhões de hectares de florestas.
Expandir o uso de energias renováveis e fortalecer a bioeconomia na Amazônia.
Entretanto, o país enfrenta desafios. O avanço do desmatamento ilegal, especialmente na Amazônia, compromete o cumprimento das metas. Por isso, é essencial combinar políticas públicas eficazes com investimentos em fiscalização e sustentabilidade.
O Acordo de Paris está dando certo?
Apesar dos avanços, o cumprimento das metas ainda é desigual. De acordo com o IPCC, com as políticas atuais, o mundo caminha para um aquecimento de 2,5 °C a 3 °C até o fim do século. Isso é preocupante.
No entanto, há sinais positivos. Vários países aumentaram suas ambições climáticas. Além disso, o custo de tecnologias limpas caiu significativamente. A sociedade civil e o setor privado também têm pressionado por mais ação.
Portanto, o Acordo de Paris criou uma base sólida, mas ainda é necessário acelerar a implementação. Sem cortes drásticos nas emissões, será impossível limitar o aquecimento a níveis seguros.
O que você pode fazer?
A mudança climática exige ação coletiva, mas também individual. Veja algumas atitudes que ajudam a alcançar os objetivos do Acordo:
Priorize transportes sustentáveis, como bicicleta, transporte público ou carros elétricos.
Reduza o consumo de carne e prefira alimentos locais e sazonais.
Economize energia e invista, sempre que possível, em fontes renováveis.
Apoie marcas com compromisso ambiental.
Cobrar políticas públicas também é uma forma de agir.
Essas ações, embora individuais, somam forças e pressionam governos e empresas a fazerem sua parte.
Considerações finais
O Acordo de Paris é o pacto climático mais importante da história recente. Ele representa um esforço global para conter o aquecimento do planeta e proteger as gerações futuras. Contudo, sua eficácia depende do comprometimento real de todos os países e setores da sociedade.
Ainda há tempo para reverter o cenário atual, mas é preciso agir com urgência. O futuro do planeta está em jogo — e cada escolha conta.
FAQ – Perguntas Frequentes
Como o Acordo de Paris se diferencia do Protocolo de Kyoto?
O Acordo de Paris inclui todos os países, enquanto o Protocolo de Kyoto exigia cortes apenas dos países desenvolvidos. Além disso, as metas do Acordo são voluntárias e atualizadas a cada 5 anos.
Quais países mais poluem e o que estão fazendo para mudar isso?
China, EUA, Índia, UE e Rússia lideram as emissões. Todos apresentaram metas de redução, mas enfrentam desafios na execução.
O que são NDCs e como elas são monitoradas?
NDCs são metas climáticas definidas por cada país. São revisadas a cada 5 anos e monitoradas por relatórios enviados à ONU.
Como o Brasil pode cumprir suas metas climáticas?
Combatendo o desmatamento, ampliando energia limpa, fortalecendo a fiscalização e investindo em soluções sustentáveis.
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